Durante algum tempo lidei muito de perto com diversas situações psicóticas (álcool e drogas) e um dos pontos em comum mais evidentes era a chamada "errância psicótica". Sempre vi este comportamento como o de alguém que está "trancado pelo lado de fora", ou seja, apesar de estar do lado de fora e possuir a liberdade ele não tem nenhuma "direção". Seu caminhar seria como um daqueles jogos de "liga pontos" que, entretanto, não forma imagem alguma. Não se trata de uma experimentação da liberdade (como aquela vontade de simplesmente sair por aí sem rumo), pois não há liberdade a ser experimentada por mais que ele tenha o mundo inteiro para andar. Ele está na situação de vítima de um delírio que não lhe permite ancorar em porto algum. Um razoável exemplo desta situação está no filme "Na Natureza Selvagem" (Into the Wild), cuja busca do personagem por chegar ao Alasca, e alcançar sua maior integração com a natureza, era só um motivo para não chegar a lugar algum. É um belo filme, e a trilha sonora de Eddie Vedder é um show a parte.
Com certeza tenho proximo um errante psicótico.. filho de amigos, ex drogado, com todas as consequencias das drogas! Todo seu movimento parece " ao vento", livre do corpo, mas ao mesmo tempo com uma carga enorme que destruiu o pintor, o pianista, o belissimo jovem....quanta coisa transformada em delírios, andanças sem fim dia e noite! Boa noite, Henrique!
ResponderExcluirBoa noite Nádia. Realmente são situações dramáticas. Pessoas que, em algum momento, se perdem de si mesmas.
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