Tem sido muito comum que, com a mesma intensidade com que começa, um relacionamento se evapore hoje em dia. Muitos casos estão marcados por uma profunda "intolerância" com o discurso do outro. Muito fácil, portanto, que palavras como "direitos" e "liberdade" sejam ecoadas para defender os interesses específicos de cada parte do casal. Inevitável, então, que a corda estique a um ponto que, mesmo voltando atrás, ela fique, agora, com uma tenacidade mais frouxa.Parece que nada mais será como antes. Não são poucos os casais que não resistem a estas primeiras grandes confrontações.
Mas, o que pode estar acontecendo? No início formam um casal, mas não se vêem como "dois". Mergulham, por vezes, em um processo fusional onde um busca a dissolução do outro. Trata-se de um processo guiado pela capacidade de projetarmos sobre o outro nossa própria história e as formas que aprendemos, especialmente, quando de nossa situação triangular, com pai e mãe. Esta forma de se comportar num relacionamento tem enterrado amores intensos, fazendo com que um, quando se sinta contrariado, logo vire o rosto quando diante de dificuldades. Não se trata, então, de uma fusão que gera "um", é uma fusão onde "um" tenta dissolver o "outro" e quando se vê contrariado parte para o embate final logo nas primeiras dificuldades.
Ora, dificuldades no relacionamento precisam ser pensadas, discutidas, e não simplesmente "abandonadas" como se não se "encaixassem" naquele "modelo ideal" que é construído para o casamento. Um modelo que me leva a querer que o outro simplesmente se "encaixe". Desistir, então, não é o problema, mas estamos sabemos mesmo por que motivos estamos desistindo de um relacionamento? Não estaríamos desistindo muito facilmente? Enfim, claro que cada caso é um caso. Não há regras gerais.
O fato é que quando estamos em um relacionamento apresentamos dois pedidos ao outro. São pedidos velados, sussurrados, quase inaudíveis, mas que parecem gritar dentro de nós mesmos: O primeiro pedido é o de ajuda para uma "libertação" em relação à nossa própria história. Que história? Aquela que nos ensinou a nos comportarmos de tal maneira e que passamos a acreditar ser a única maneira, a verdadeira. Não à toa estamos reproduzindo modelos de relacionamentos que nos foram apresentados. Este é aquele pedido em que projetamos sobre o outro nossa história e nossos modelos fantasiosos. Nos comportamos, muitas vezes, então, como nossos pais ou mães, e buscamos outros pais ou mães, sempre em relações ambivalentes (amor e ódio), onde o "eu mesmo" fica soterrado nesse esquema repetitivo de papéis. É assim que mágoas e rancores do passado acabam transbordando nos relacionamentos atuais. Então, é dessa história que pedimos, veladamente, que o outro nos auxilie na libertação. Queremos ser "nós mesmos".
Mas, quem é o "eu mesmo"? É aí que entra o segundo pedido que existe em um relacionamento, e que contraria o primeiro pedido. Pedimos que o outro não nos traga transformações, mudanças, que não nos tire dos papéis que sempre assumimos. E é aí que inúmeros relacionamentos simplesmente explodem, se estilhaçam em pedaços, pois a fantasia de modelos de relacionamentos supostamente "verdadeiros" se impõem e não deixam que sejamos "nós mesmos".
É preciso superar esses papéis antigos, esses modelos antigos. Encontrar um outro é ter a grande oportunidade de, até mesmo em meio a crises, buscar conhecer-se e passar a construir um par novo, diferente do modelo dos nossos pais e mães. É dessa história que nos sobrecarrega que precisamos nos livrar e assumirmos o papel de protagonista de uma outra história. Aquela não desaparece, mas perderá importância diante de uma nova. Assim, o outro, nesse caso, não deve ser uma projeção de nós mesmos, afinal ele é um "outro", é diferente. E é somente sendo diferente que me possibilitará ser "eu mesmo".
Relacionamento, portanto, é construção, é trabalho, é esforço, é suor. Há garantias de sucesso? Não! Não há! Mas dá pra desistir tão fácil? Dá! Mas, pode ser uma pena. Qual a recompensa pelo esforço? A possibilidade de ter alguém que, na nossa frente, ao longo da vida, nos possibilite enxergar nós mesmos, nossos desejos e angústias. Ou seja, a recompensa é ter um outro, diferente de mim, pois só assim serei eu mesmo. Vou projetar minhas fantasias do passado sobre o outro ou vou lutar para ser "eu mesmo" e ter no outro uma parceria para a vida e o futuro? As vezes ainda dá para lutar, e melhorar! Falo isso, especialmente para aqueles jovens casais que usam e abusam da intolerância nos dias atuais.
Mas, quem é o "eu mesmo"? É aí que entra o segundo pedido que existe em um relacionamento, e que contraria o primeiro pedido. Pedimos que o outro não nos traga transformações, mudanças, que não nos tire dos papéis que sempre assumimos. E é aí que inúmeros relacionamentos simplesmente explodem, se estilhaçam em pedaços, pois a fantasia de modelos de relacionamentos supostamente "verdadeiros" se impõem e não deixam que sejamos "nós mesmos".
É preciso superar esses papéis antigos, esses modelos antigos. Encontrar um outro é ter a grande oportunidade de, até mesmo em meio a crises, buscar conhecer-se e passar a construir um par novo, diferente do modelo dos nossos pais e mães. É dessa história que nos sobrecarrega que precisamos nos livrar e assumirmos o papel de protagonista de uma outra história. Aquela não desaparece, mas perderá importância diante de uma nova. Assim, o outro, nesse caso, não deve ser uma projeção de nós mesmos, afinal ele é um "outro", é diferente. E é somente sendo diferente que me possibilitará ser "eu mesmo".
Relacionamento, portanto, é construção, é trabalho, é esforço, é suor. Há garantias de sucesso? Não! Não há! Mas dá pra desistir tão fácil? Dá! Mas, pode ser uma pena. Qual a recompensa pelo esforço? A possibilidade de ter alguém que, na nossa frente, ao longo da vida, nos possibilite enxergar nós mesmos, nossos desejos e angústias. Ou seja, a recompensa é ter um outro, diferente de mim, pois só assim serei eu mesmo. Vou projetar minhas fantasias do passado sobre o outro ou vou lutar para ser "eu mesmo" e ter no outro uma parceria para a vida e o futuro? As vezes ainda dá para lutar, e melhorar! Falo isso, especialmente para aqueles jovens casais que usam e abusam da intolerância nos dias atuais.