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sábado, 24 de maio de 2014

O "desconhecido" que brinca com nossos desejos de proteção!


O medo é das nossas emoções mais primitivas e irracionais. É contra ele que o mito, as religiões, a ciência e a política se voltam, numa tentativa de oferecer consolo, segurança e esperança. Talvez jamais consigamos essa paz completa! Talvez seja algo muito próprio de nossa humanidade! E é interessante notar como o "desconhecido" nos fascina, brincando com nossos medos, atiçando em nós aquela sensação bem infantil de experimentarmos um arrepio, um susto, e corrermos para buscar um colo que nos proteja.

(José Henrique P. e Silva)

A crítica de Adorno e o "medo" nos dias atuais

Em época de eleição, e tendo uma ferramenta como o facebook nas mãos é muito fácil o debate sobre a política perder a "razão". É aí que lembro de T. Adorno (teórico da Escola de Frankfurt) e sua forte crítica à "racionalidade", ou seja, àquela racionalidade que abdica da autonomia do pensamento e fica refém de chavões e clichês simplistas. Hoje, se precisamos de uma forte crítica à forma como as coisas estão organizadas não podemos, por outro lado, cair na tentação dos discursos de "ódio" e dos apelos "autoritários".

Vivemos uma época difícil em termos de racionalidade. Não debatemos mais, nem mesmo criticamos mais, simplesmente tentamos "destruir". Se estou fora do governo ou se estou no governo só me interessa a "destruição" do outro. E aí os discursos do "medo", do "preconceito" e do "autoritarismo" encontram chance de proliferar. No final das contas, usamos a "violência" para justificar tudo. Onde está nossa autonomia de pensamento? Que uso estamos fazendo da razão? Ou a democracia sai fortalecida ou não estaremos usando nossa razão para nada proveitoso. E o uso do "medo" não é próprio da esquerda ou da direita, é próprio dos anti-democratas, independente das cores que vestem.

Claro que, no calor dos debates é difícil perceber isto. Só depois é que sentimos os efeitos catastróficos do que fizemos. Não a toa, para cada vez mais pessoas, a política corre o risco de se tornar "obsoleta" e "banal", tornando-se terreno do ódio, da indiferença, do uso em proveito próprio, onde a força da democracia está somente na "retórica", pois sua "prática" está tomada pelo interesse. Pobre democracia, que "avança" na criação de instituições mas que não penetra na mente dos cidadãos.

(José Henrique P. e Silva)

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Escolhas

Não há como evitar fazer escolhas. Elas, por vezes, são dolorosas porque acarretam consequências e responsabilidades. E não há outra forma de se estar vivo se não for fazendo escolhas. A questão é: estamos prontos para as responsabilidades e consequências? 

Mas, mesmo que estejamos prontos, como fazer as escolhas? Alguns nos dizem para seguir os cálculos da "razão", outros dizem para seguirmos os nossos "interesses", outros ainda nos pedem para pensar nos "outros", e há os que defendem que façamos escolhas seguindo o "coração". Ora, me parece que nenhum destes métodos é melhor que o outro, todos têm a sua função e o momento certo. 

O que é importante mesmo, no final das contas, é estarmos bastante cientes que só devemos escolher algo com o que possamos VIVER com aquilo depois, algo que possamos suportar.

(José Henrique P. e Silva)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Progresso: Tecnologia ou Civilização?


Embora se possa dizer que Freud era um Iluminista, pois tinha a crença na capacidade humana de colocar o conhecimento a seu favor fez, talvez, a maior crítica que o pensamento iluminista poderia sofrer em toda a sua história, ao destacar o conceito de "inconsciente" e apontar que nossa capacidade "racional" não é tão inabalável quanto imaginávamos. 

Nesta frase, ele deixa claro um aspecto fundamental desse nosso "mal-estar" ao contrapor o desenvolvimento tecnológico (subjugação e controle da natureza) ao progresso nos assuntos humanos (capacidade de construir uma moral e viver em sociedade na civilização). Nesse aspecto Freud continua imbatível, pois apesar de contínuos avanços tecnológicos a humanidade ainda se arrasta em termos de avanço cultural e civilizatório deixando que sua agressividade e intolerância ainda sejam suas principais marcas e heranças. 

Ai de quem acredita que o progresso é ditado pelo avanço tecnológico. Isso pouco nos diz respeito enquanto humanidade, pois está longe de estar a seu serviço... muito longe!

(José Henrique P. e Silva)