segunda-feira, 5 de maio de 2014

Sobre o discurso da oposição em 2014

Hoje, no seu Twitter, o Gaudêncio Torquato disse não acreditar tanto que o PT comece a acusar a oposição de querer "vender" a Petrobrás. Segundo ele, é um "truque manjado". E é verdade, afinal, foi assim que ocorreu nas duas últimas eleições com o PT insistindo em "colar" no PSDB o carimbo de "privatista". Mas, hoje, a forma como o PT está tentando "reelaborar" a crise da Petrobrás colocando a oposição como interessada na derrocada da empresa sinaliza bem que, na eleição, esse discurso de "salvação" do patrimônio público pode voltar sim, embora seja "manjado". 

A questão é que agora, com 12 anos de administração petista já é bem possível mostrar o tamanho da "INEFICIÊNCIA" da gestão pública (obras inacabadas, gastos excessivos, aparelhamento, crescimento econômico pífio, dificuldades no mercado internacional). Esse discurso pode ser mais forte até que o da "corrupção" (importante por consolidar os votos de classe média). Não acredito em um discurso novo do PT nesta eleição. Virá, como sempre, sustentado no Bolsa Família, crescimento da classe C e, para isso, irá explorar ao máximo (de novo) o "conflito de classes" (ricos x pobres), a "comparação com FHC", e colocar-se como "salvação". Muito difícil a Dilma sustentar-se da ideia de ser uma boa "gerente" ou "mãezona" (estão fragilizados estes discursos)

Então, insisto que o que está fazendo o governo da Dilma "patinar" na popularidade, não é tanto a corrupção quanto a INEFICIÊNCIA, principalmente em não conseguir sustentar a ECONOMIA do país. Isso é que coloca uma grande INTERROGAÇÃO na cabeça do eleitor: o que virá pela frente com mais 4 anos de Dilma? Por que não mudar? O eleitor está começando a "duvidar". Ou seja, O FIEL DA ELEIÇÃO SERÁ AQUELE ELEITOR DE CLASSE C QUE COMEÇA A DUVIDAR DE UM FUTURO TÃO "CERTINHO" COM A DILMA E O PT, E COMEÇA A MOSTRAR-SE DISPOSTO A "ARRISCAR" (mudar).

Acho que se o Aécio e o Campos "puxarem" o debate para o terreno da "eficiência e competência administrativa" e não caírem na cilada do "conflito de classes" as chances da oposição ficam muito fortes. O problema é que as oposições em 2006 e 2010 ficaram sem "discurso". Naqueles momentos, praticamente nada podia bater de frente com o discurso do bolsa família e do crescimento econômico...mas e agora? A conjuntura é bem outra!!! Existe discurso sim!!!

Além do mais, se o Campos tiver uma boa atuação no Nordeste e se o Aécio tiver um vice de São Paulo, a coisa fica imensamente complicada para o PT.

(José Henrique P. e Silva)

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