Muito bom este texto da Ruth de Aquino. Segundo ela, cultivamos uma "obsessão do mega”, uma mania de grandeza "cafona e perniciosa", onde tudo precisa ser o "maior do mundo”. É um tema muito corrente por aqui e desde sempre temos essa postura de tentar combinar o "moderno" com o "atraso".
Na política, cada passo progressista leva consigo o apoio de oligarquias poderosas; Na economia, somos uma "potência mundial" com uma das maiores concentrações de riqueza...estamos sempre em busca daquilo que é o "melhor", o "maior", mas enquanto meros objetos que servem mais para esconder nossa incapacidade de criarmos uma verdadeira nação.
Há algo de um transtorno narcisista aí, como se estivéssemos sempre correndo atrás daquilo que sabemos que jamais "seremos". Por isso "precisamos" tanto daqueles "símbolos" que nos autorizam a "esquecer" nosso verdadeiro tamanho! E daí se tivermos a "Copa das Copas" como sugeriu a presidente Dilma? O que isso significará de fato, além de nos emprestar, momentaneamente, um pouco de autoestima? Ora, é em outros lugares que devemos buscar alimento para a autoestima!
(José Henrique P. e Silva)