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domingo, 26 de janeiro de 2014

"Mata-me de Prazer" e a paixão que fusiona!

"Talvez alguém da planície como eu não esteja pronta pra viver nas alturas. Talvez!...Talvez!".


Esta é uma das últimas frases de Alice no filme "Mata-me de Prazer" (2001). Alice e Adam vivem uma daquelas aventuras onde só há espaço para uma tremenda atração e paixão na sua forma mais ardente e alienante, ou seja, naqueles momentos em que fechamos os olhos e deixamos que os sentidos tomem conta do resto. É o momento em que o desejo fala mais alto, praticamente não deixando espaço para racionalizações, culpas ou indecisões.

O impressionante nesses momentos de intensa paixão é a quase dissolução da individualidade e o surgimento de outro campo onde ambos estão em "fusão". Claro que, num momento assim, de fusão, é muito alto o risco de uma "idealização" da outra pessoa, como se ela fosse a "única", absolutamente indispensável. É esta "idealização" que, entretanto, por vezes, não resiste às contingências da realidade que vai se impondo lentamente com suas exigências e responsabilidades, e trazendo consigo algumas "frustrações" e amarguras, fazendo com que a continuidade da paixão, naquele mesmo ritmo intenso, se torne uma impossibilidade.

Sempre vou respeitar e admirar a paixão, afinal, não é porque ela traz um forte risco de frustração que deve ser abandonada. Aliás, conseguimos mesmo abandoná-la? Afinal, quem já não enfrentou tudo isto? Quem não corre o risco de enfrentar tudo isto? Quem não deseja e torce por tudo isto? Apesar de ser um momento de absoluta ausência de racionalidade, está repleto de... vida! Está aí para ser vivida, nem tanto para ser pensada. Pode trazer consequências dolorosas? Pode! Mas há como evitar senti-la em alguns momentos da vida?

(José Henrique P. e Silva)