sábado, 25 de janeiro de 2014

A lembrança como companheira


Essa frase me lembrou uma rápida conversa que tive com uma amiga um tempinho atrás. Me recordo que disse a ela que quando envelhecemos nos tornamos muito felizes com nossas lembranças. E ela me respondeu: "que triste, não quero isso para mim. Não quero viver de lembranças".

Eu fiquei calado, meio que atônito, sem palavras. Mas, depois, percebi que ela sendo ainda muito nova e podendo ter toda a mobilidade e disposição necessária para caminhar e experimentar sensações e encontros os mais diversos, não percebeu que, com o tempo, a "lembrança" de tudo isto pode ser mesmo uma de nossas melhores companheiras.

É nesse ponto que recordo sempre do meu pai sempre dizendo: "Eu vivo muito bem com minhas lembranças, e as de menino são as melhores", e sempre com um sorriso. Não tenho dúvida que chegará o momento em que as lembranças também terão um lugar ainda mais especial ao meu lado. Será o momento em que talvez eu já não tenha mais tanta disposição de ir ao encontro dos outros. Nesse momento, aí sim, tendo as lembranças bem ao meu lado, poderei me encontrar novamente com tudo o que me fez feliz... e simplesmente sorrir!!! 


E por que não? Lembrar também é uma forma de encontrar novamente!!! Não é?

Um comentário:

  1. Lembranças são o passado que não acabou,mas passou e virou memória. É por isso que o presente é perigoso. Ele passa mas nunca é aniquilado como se nunca tivesse existido. Esta coisa de deletar é só nos computadores. A falha humana não é deletada, é perdoada, mas fica a cicatriz para sempre. O pior ataque que já sofri no mundo foi um tempo em que eu viajava glamourosamente na minha caminhonete nova para ir fazer sexo a 1.000km de distância com outra mulher. Fui resgatado deste "doce" inferno para voltar a viver...:)

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